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#minhajanelaminha



#minhajanelaminha nasceu de uma inquietação. Neste mundo sobrecarregado de tantas fotografias, que ficavam vivas por tão pouco tempo, as pessoas ainda conseguiriam se relacionar com uma imagem? O ritual de despertar, fotografar o amanhecer com o telefone, e postar diariamente foi transformando a minha janela numa janela de todos. Uma comunidade, marco do começo do dia, previsão do tempo, um carinho. Um espaço em que recebi bons dias, palavras carinhosas e as interpretações diversas da vista. Vários motivos para sorrir. Pessoas próximas, pessoas não tão próximas e pessoas que não conheço pessoalmente foram se tornando amigas. Este trabalho é sobre as construções das relações de afeto entre as pessoas através das redes sociais, construções de costumes e troca de gentilezas.
O projeto já foi apresentado nas versões aplicativo, video instalação, impressão em lambe-lambe e em tecido, em 05 cidades brasileiras e em Quito, Equado

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Entre

"...Pois já nada é o que o era. Há pedaços disto e pedaços daquilo, porém nada combina com nada. Mesmo assim, curiosamente, no limite de todo este caos tudo começa a se fundir novamente..." Paul Auster - No País das Ú ltimas Coisas Abandonado por vários anos o conjunto de prédios que abrigou empresas de telefonia se tornou moradia de sem-tetos por 13 dias. No dia 11 de abril de 2014 foram removidos pela tropa de força da PMRJ, em uma ação extremamente violenta. Em 2016, quando visitei o local, ele ainda decantava sua história. Mais do que ruínas de uma guerra, encontrei pequenas pistas, ilhas de integridade deixadas para trás carregadas de memórias e significados. Resgatei-os esvaziados de seus usos convencionais para re-agrup á- los novamente como arquipélagos de matéria. Estes objetos foram recolhidos, fotografados em estúdio. Criei um inventário do que aconteceu naquele lugar, misturando memórias de tempos diversos.

ReColeção de Fé

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Haikai

Vemos três crianças na beira de um lago, de costas para a câmera. Entre duas meninas, um pequeno garoto se movimenta e sobe na mureta baixa do lago. Ele agora está na altura das meninas e na camisa dele está escrito 43 The King. A série de fotografias de Ana Rodrigues, intitulada Haikai, é baseada no gênero de poesia de origem japonesa, que apresenta uma estrutura simples e concisa. Assim como na linguagem escrita que conta com três linhas, os Haikais de Ana são todos trípticos. Flagrantes de pequenos gestos, as imagens mostradas nos levam a perceber que momentos ordinários quando retirados do fluxo do tempo podem se tornar extraordinários, sendo elevados à potência de acontecimentos. Entretanto, acontecimentos de tal sutileza que quase imperceptíveis para a maioria das pessoas. Ana olha atentamente para essas insignificâncias. Registra o detalhe, o silêncio, reduzindo a velocidade diante à correria cotidiana. A série exposta apresenta contemplações poéticas imersas no di...